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LAR DOS VELHINHOS DE PIRACICABA
O Lar dos Velhinhos de Piracicaba é uma instituição secular, fundada em 1906 pelos hercúleos esforços de Pedro Alexandrino de Almeida, bancário e comerciante que exercia suas atividades em Santos, São Paulo e Piracicaba no começo do século XX.
Para condignamente comemorar o Centenário do Lar dos Velhinhos de Piracicaba, foi lançado o livro “Lar dos Velhinhos de Piracicaba a Saga e a Senda de um Ideal”.
O livro, com 253 páginas no formato A4, capa dura, explora desde os meandros de sua fundação e manutenção nas primeiras fases de sua existência até os dias atuais.
Fartamente ilustrado, com mais de 500 imagens, algumas coloridas, outras em sépia, desvenda a intimidade de sua existência e manutenção. Disseca o pensamento de uma série de pessoas que estiveram à sua frente lutando por sua sobrevivência nas fases mais difíceis, como nas guerras e períodos recessivos que assolaram o século XX.
Mostra os profissionais abnegados, médicos e odontologistas que nunca deixaram de fornecer a devida assistência aos idosos. Desnuda as obras de arte que sua galeria encerra, de grandes pintores que colaboraram no seu patrimônio artístico. Expõe o altruísmo das Irmâs, algumas que passaram quase toda sua vida cuidando destes necessitados.
A título de ilustração transcrevemos na íntegra o prefácio, redigido por Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, Diretora do Jornal de Piracicaba, bem com da professora e historiadora Marly Therezinha Germano Perecin, pessoa extremamente competente, que abraçou Piracicaba como sua cidade e seu berço. Há alguns textos e fotos que foram disponibilizadas a título de curiosidade.
PREFÁCIO
Este alentado volume, cujos dados foram competente e minuciosamente recolhidos por Olívio N. Alleoni, retrata com fidelidade a pujança da história do Lar dos Velhinhos, desde os seus primórdios, constituindo-se um marco importante de seus cem anos de serviços à comunidade de Piracicaba e região, fincado a 26 de agosto de 2006. Hoje, um ano após a efeméride, esse precioso documento é lançado a público com o registro absolutamente completo do século que se encerrou. O livro, muito bem elaborado, relata com detalhes a vida da Instituição, seus primeiros abrigados, os funcionários, os voluntários colaboradores, os abnegados e perseverantes dirigentes, a longa lista de generosos contribuintes para a manutenção do Lar, os doadores mais destacados, a laboriosa atividade das Irmãs da Congregação Franciscana do Coração de Maria, que a ela se agregaram em 1917.
Imortalizados em registro especial para figurarem eternamente ao lado de Pedro Alexandrino de Almeida, fundador emérito do aprazível Asylo de Velhice e Mendicidade, construído à sombra das jabuticabeiras que emprestavam um ar romântico ao lugar, desfilam, pela acurada pena do autor, os nomes dos pioneiros Raphael Marques Cantinho, Juiz de Direito da Comarca; João de Moraes Barros, João Pedro Dória Rodrigues da Costa; Álvaro de Carvalho, diretor do JP; Orlando de Mattos Brito; Pedro de Camargo; Carlos Zanotta e Antonio Augusto de Barros Penteado, que presididos em assembléia pelo primeiro, vieram a constituir a primeira diretoria do Lar.
O propósito de Pedro Alexandrino vingou. A partir do anúncio no periódico da cidade que chamou a atenção do público piracicabano para comparecer contribuindo para a compra do lugar e soerguimento do Asylo de Velhos o sonho não parou. Tijolos foram doados, areia, cimento, cal acumulados e a obra começou com a ajuda de Deus e a boa vontade dos homens. Em 1907, o prédio iniciou as suas atividades abrigando 11 velhinhos necessitados. Waldyr Martins Ferreira, um dos mais ativos presidentes que tomou em suas mãos as rédeas do Lar, em belo artigo fez questão de mencionar que o Lar não era uma “estação de última parada”, onde os velhos conduzidos pelo “comboio da vida” iriam aportar para a “derradeira viagem”. Ele chamou o Lar de “A Casa de Deus aberta aos homens”, uma casa para onde a estrada da vida os foi levar, cheia de carinho e fé inquebrantável no amor a Deus e ao próximo.
Hoje, graças a Jairo Mattos e sua fabulosa equipe, o abrigo de velhos não é mais um lugar de abandono e esquecimento, onde espera e dor habitam os corações. O Lar não é só um depósito: é uma cidade com habitantes vivos que entram e saem, com moradias de todos os tipos, diferenciadas ao gosto de quem nelas vive. Não é mais feito de pavilhões femininos e masculinos apenas onde se lobrigava ver a fisionomia de cada conformado cidadão aguardando o fim de sua existência. Quando se adentra aos limites do Lar percorrem-se ruas, encontram-se árvores, arbustos, flores rasteiras e trepadeiras saltitantes. Há um belo lago, em frente à Igreja, onde se realizam missas e casamentos. Um coreto aguarda as bandas, e crianças soltam seus gritinhos, buscando pássaros, e depois correndo para os braços do vovô, da titia e da velha senhora que as aguardam sorrindo e satisfeita para cobrar os seus beijos em troca de saborosas guloseimas. O Lar tem refeitório, tem médico, tem dentista, fisioterapeuta, mas as chaminés das casas, dos alegres bangalôs expelem fumaça, denunciam comida gostosa, saindo das panelas, salivando as bocas, despertando desejos, inspirando cobiças vindas dos cheiros exalados dos quitutes saídos das receitas coletadas de há muito.
Esta, a realidade do abençoado Lar. Pedra sobre pedra foi erguida neste século de luta e realizações. Trezentos e noventa e quatro abrigados gozam da sua estrutura bem-feita e bem planejada. Olívio Alleoni recolheu toda a sua história, inseriu depoimentos preciosos e fez de seu livro um álbum de recordações. Ele é um ponto de partida para um novo século que se inicia. É um testemunho vivo do passado e do presente. Muitos nomes estão impressos aqui evidenciando o trabalho, a generosidade e o desprendimento desses abnegados que ajudaram a transformar a humilde e despretensiosa Casa de Deus na cidade pulsante exposta aos nossos olhos, para orgulho, para felicidade, para conforto e apaziguamento de nossas almas.
José Barbosa Ferraz, década de 20; José de Souza Gomes Coelho, décadas de 30 e 40; Luciano Guidotti, década de 50; Jorge Cesar de Vargas, década de 60; e Jairo Ribeiro de Mattos, trazido por Aristides Giusti na década de 70, atravessando a de 80 e a de 90 até os nossos dias, preenchendo com seu fôlego e dedicação também a década primeira deste século!
As personalidades que compuseram as 62 diretorias do Lar estão fielmente nomeadas neste documento do centenário. Vários outros presidentes aqui vieram e daqui se foram. Não estão esquecidos. Foram todos soldados do bem, imortalizados com os seus companheiros nas páginas da história. Ressaltamos os que se doaram por décadas e rendemos nossas homenagens ao “homem que sempre cultivou rosas”, que nesses 40 anos permaneceu inquebrantável à frente do lar. A festa é de todos; mas o filho de Dona Antoninha há de ser lembrado com justiça como o grande arquiteto da Cidade Geriátrica e ela, sua extraordinária mãe, na certa está lhe enviando todas as rosas que pôde colher lá em cima, muitas rosas, rosas perfumadas, como bênçãos extravasadas de seu amor, regadas a lágrimas de pura alegria pela felicidade que este seu dileto filho lhe deu.
Antonietta Rosalina*
*Antonietta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, diretora do Jornal de Piracicaba
VISÃO DE UMA HISTORIADORA
*Antonietta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, diretora do Jornal de Piracicaba
VISÃO DE UMA HISTORIADORA
Um médico e escritor piracicabano, Olivio Nazareno Alleoni, vem completar com este livro, “Lar dos Velhinhos de Piracicaba”, a trilogia de excelentes trabalhos sobre a nossa sociedade de cultura (Uma Fresta para o Passado-2003 e Cururu em Piracicaba-2006). Certamente a série ainda está incompleta e outros estudos terão seqüência oportuna.
Em relação ao “Lar dos Velhinhos de Piracicaba”, Dr. Olivio venceu o desafio de pontuar com fidelidade o secular desenvolvimento de uma sociedade filantrópica e beneficente que, havendo sido conduzida sob a proficiente administração de gestores, tão dedicados quanto visionários, teve de aguardar décadas para alcançar a atual configuração e maturidade. Para traçar o quadro evolutivo que permite clarear as diferentes fases deste processo, o autor cita conscienciosamente as suas fontes manuscritas e impressas, oferece informações abundantes, uma antologia de crônicas, um catálogo de obras de arte e seus autores, um inventário das Diretorias e beneméritos, bem como a relação das queridas Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, que ali se encontram desde 1917.
Os leitores poderão colher uma completa descrição física do Lar – patrimônio originalíssimo do coração piracicabano –, para ser apreciada por todas as idades e observadores, até mesmo por quem enfoca olhar de turista. Paisagismo e beleza natural, fé e arte sacra, calor humano e desvelos, interagem de baixo da harmonia arquitetônica habilmente distribuída pelo conjunto das edificações: os pavilhões, os chalés e os flats, as dependências utilitárias, a Igreja e a gruta, o lago e o salão de festas, o bazar, o museu e as oficinas.
Ao citar números, o autor evidencia a presença de um verdadeiro regimento de funcionários contratados e colaboradores voluntários, de amigos dedicados e defensores intransigentes, diretores em permanente defesa do interesse da Casa. Não omite detalhes que desvelam a vida social dos abrigados, que incluem até mesmo a colônia de férias de Praia Grande. Lembro-me de ouvir o Jairo (o presidente Jairo Mattos) dizer aos ex-alunos da Escola Sud Mennucci: “Quero que os velhinhos conheçam e desfrutem o mar”.
Pois bem, o autor demonstra tudo isto e deixa aberta as possibilidades do leitor vir a conhecer muito mais. Exatamente porque a Instituição guarda sua história, enquanto haja contribuído para a construção de outras tantas histórias pessoais. A sociedade piracicabana necessita compreender a excelência do tema de que trata o autor e incorporá-lo às suas tradições, deve contextualizá-lo com o sentimento de alegria de quem recebeu maravilhoso presente.
E não ter arrepios diante do passado. A Instituição nasceu em 1907, época em que eram de recente lembrança na cidade as epidemias de tifo, peste bubônica e varíola, relacionadas à falta de saneamento e estrutura urbana. Quando o mal veio a ser resolvido pelo médico sanitarista Dr. Paulo de Moraes Barros, entre 1899 e 1901, Piracicaba passou por um processo de remodelação e embelezamento assinalado pela construção de praças e jardins, o parque Barão de Rezende, parque Barão de Serra Negra, o jardim do Teatro Santo Estevão, o mirante do Salto, o portal do Cemitério da Saudade. Foi chamada de “a pérola dos paulistas”.
Em 1907 a população urbana era avaliada em 16.000 habitantes e a educação levada bastante a sério a fazia modelar entre as cidades do Estado de São Paulo. Das suas antigas escolas saiu a inteligência que brilhou durante o século XX em todas as áreas do conhecimento, que ajudou a construir o grande Brasil. Mas nem tudo eram flores naquele começo de século.
Não obstante, os números otimistas das realizações urbanas eram visíveis por todo o País. E Piracicaba não fazia excessão às seqüelas da tremenda chaga social proveniente dos séculos da economia escravista que marcou a Colônia e o Império. O mal estava em toda a parte e nas cidades paulistas acoplava-se às improvisações da política imigracional. Os jornais da época davam conta do inventário de desgraças e do desajuste das populações incorporadas aos espaços urbanos, num cenário tão surpreendente quanto preocupante, proporcionado pela economia cafezista que, se tinha algum êxito no mercado internacional, submetia as finanças internas a crises formidáveis, levava a becos sem saída, refletindo perversamente sobre o conjunto da população.
Chama a atenção do observador o fato de que quase a totalidade das entidades assistenciais de Piracicaba tenha surgido neste período final do século XIX e começo do século XX. As transformações e as crises geravam necessidades urgentes: Asilo São Lázaro (1885), Sociedade da Conferência São Francisco de Paula (1888), Hospital Psiquiátrico Barão de Serra Negra (1897), Hospital da Irmandade de Santa Casa (1893), Asilo de Órfãs Coração de Maria Nossa Mãe (1896-98), Sociedade Metodista de Senhoras e Agremiação Operárias Leigas do Bem (1897), Sanatório São Luiz (1902). O Asilo de Velhice e Mendicidade não seria exceção. As sociedades de assistência e proteção aos imigrantes têm origem neste mesmo período: Sociedade Italiana de Mútuo Socorro (1887), Sociedade Portuguesa de Beneficência (1897), Sociedade Beneficente Grêmio Hespanhol (1898), Sociedade Igualitária (1893) e Sociedade Beneficente Síria (1902). Esta seqüência, aliás incompleta, indicia o forte clima de insegurança e carências daqueles tempos e particulariza as questões gravíssimas de natureza socioeconômica.
A comunidade que se via a braços com as mais profundas mudanças nos campos do trabalho e das idéias, com a transformação importante na economia e dificuldades financeiras, foi a mesma que buscou saídas para os efeitos desastrosos no corpo social, tentando por diversas formas se equilibrar no ritmo descompassado do “progresso”.
Observe-se pelos indicadores assinalados às primeiras páginas do Livro de Matrícula da Instituição. Logo nos sete primeiros meses de funcionamento (1907), temos que dos 52 abrigados, 27 eram homens e 25 eram mulheres. Daquele total, 29 eram considerados brancos (55,76%) e 23 “de cor” (44,23%). A naturalidade é especificada: 46 eram piracicabanos (88,40%) e 06 eram procedentes “de fora” (11,53%). Finalmente, 42 eram brasileiros (80,76%) e 10 eram estrangeiros (19,23%) sendo 04 africanos, 01 espanhol, 03 italianos, 01 português e 01 alemão nesta pequena amostra, os índices porcentuais falam pelo período.
Passemos a considerar que a sociedade piracicabana sempre contou com muitos corações iluminados pelo Divino Espírito Santo. Foi assim desde o século XVIII, quando a pequenina Freguesia de Santo Antônio se constituiu em abrigo dos perseguidos do poder colonial e refúgio dos infelizes egressos do Iguatemi, após a capitulação da fortaleza.
No século XIX, quando o Oeste Paulista desenvolveu lavouras de exportação (cana, café), se adensou demograficamente e se politizou na direção do liberalismo republicano, o comprometimento com o trabalho escravo e a posterior introdução do capitalismo no campo determinaram fenômenos socialmente importantes. O episódio do Massacre de Cubatão (1883), conseqüente a uma fuga de escravos da região de Piracicaba, teve repercussão nacional e indiretamente acelerou o movimento da substituição do trabalho escravo pela mão-de-obra imigrante.
Os esforços pela liberação na lavoura não resolveram o problema da sociedade desvalida, que se amostrava ao longo das estradas, nos largos e chafarizes, mendigando nas ruas ou nos anais da violência urbana, como lembram os cronistas da época. O Largo de Santa Cruz, o Itapeva na altura da rua Moraes Barros e a ladeira da rua do Sabão eram vitrines de horrores e sofrimento. Há fartos testemunhos deste período em Piracicaba.
O bem-sucedido comissário de café e sócio majoritário do Banco Indústria e Comércio de Piracicaba, Pedro Alexandrino de Almeida, vivenciou aqueles dias. Bem poderia acomodar-se à felicidade terrena com que a vida lhe presenteara, com o aconchego da família, as alegres pescarias no Salto, ou a contemplação das graças naturais de sua bela cidade. Mas tinha a sensibilidade para o social e o quadro que se lhe antepunha demovia-o a tomar-se de cuidados pela velhice desamparada. Capaz de liderança, decidiu-se pela arregimentação de um grupo solidário à causa, suficientemente gabaritado para promover com êxito a experiência que já se realizava em outras cidades paulistas, a de fundar um instituição qualificada por Asilo dos Velhos, segundo os conceitos da época. A sociedade piracicabana correspondeu, as famílias mais representativas contribuíram financeiramente, a imprensa apoiou (Jornal de Piracicaba, Gazeta). Em pouco tempo formou-se uma Diretoria que adquiriu a Chácara das Jabuticabeiras nos “subúrbios da cidade, às margens do Rio Piracicaba”. A solene inauguração deu-se em 03/02/1907, terminadas as adaptações necessárias e alistados os onze primeiros abrigados, cinco homens e seis mulheres.
Lançada a semente, deu-se início à luta desesperada pela sobrevivência da Instituição que não parava de crescer, fomentada pelas crises econômicas e políticas do país. O montante orçamentário decorria unicamente de doações. Os mais ilustres cidadãos serviam como diretores, os mais renomados médicos por ali passaram, Dr. Alfredo Cardoso, Dr. Oscarlino Dias, Dr. Torquato Leitão. Sacrifícios à causa nobre e gerenciamento sobre as pequenas rendas provenientes de mensalidades, rifas, solidariedades diversas e doações de gêneros, se conseguiam arrefecer as dificuldades da sobrevivência não supriam as carências organizacionais de uma instituição vocacionada para a caridade, mas que devia pautar-se por precípuas e específicas atividades de natureza geriátrica. Símbolo de dedicação deste período de sacrifícios e doações foi Nhonhô Coelho (José de Sousa Gomes Coelho), seu inesquecível presidente por mais de uma década (1935 a 1049).
A segunda metade do século XX induziu à releitura do antigo projeto de benemerência e forçou transformações que promoveram um novo conceito de instituição. Melhoramentos incontáveis, racionalização administrativa e ampliações foram conduzidos por dois homens de grande visão, Luciano Guidotti e Jorge Cesar de Vargas. Como fruto desta ação modernizadora, ao Velho Asilo de Velhice e Mendicidade sucedeu com muita felicidade o Lar dos Velhinhos de Piracicaba.
A partir de 1971 deu-se início à era Jairo Mattos, assim reconhecida porque acoberta o longo período até o presente, em que todas as Diretorias constituídas se envolveram denodadamente no projeto da Cidade Geriátrica. Criação sua, obra pioneira e modelar às instituições congêneres do país e do mundo, converteu-se no trabalho apaixonado das poderosas equipes encabeçadas pelas presidências de Jairo Mattos, Waldyr Martins Ferreira, Luis Pescarim, Mario Dresselt Dedini, Orlando Veneziano, Célio Soares Moreira e Yvens Santiago Marcondes.
Grandes nomes se sucedem e às vezes se revezam no interior das Diretorias, perseguindo os objetivos do projeto, sintetizados pela busca do apriomoramento global da Instituição e pela sua auto-suficiência econômica. Esta luta guarda o saldo de sacrifícios e conquistas. Neste primeiro centenário traz a chama dos grandes realizadores, particularizando o idealizador da Cidade Geriátrica, e dispensando o concurso da memória, identificando-se com ele.
Piracicaba, 10 de julho de 2007
Marly Therezinha Germano Perecin
SER IDOSO E SER VELHO
Em sentido figurado é idoso o que tem muita idade; velho é o que perdeu a jovialidade.
A idade causa a degenerescência das células; a velhice degenerescência do espírito.
Você é idoso quando se pergunta se vale a pena; você é velho quando sem pensar, responde que não.
Você é idoso quando aprende; você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando se exercita; você é velho quando só descansa.
Você é idoso quando ainda ama; você é velho quando sente ciúmes.
Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida; você é velho quando todos os dias lhe parecem o último dia de sua longa jornada.
Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs; você é velho quando ele somente tem ontens.
O idoso se renova em cada dia que começa. O velho se acha em cada noite que termina, pois enquanto o idoso tem seus olhos postos no horizonte, onde o Sol desponta e ilumina a esperança, o velho tem sua miopia voltada para as sombras do passado.
O idoso tem planos; o velho tem saudades.
O idoso curte o que lhe resta da vida; o velho sofre o que o aproxima da morte.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e plena de esperança. Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega. Para o velho as horas se arrastam vazias de sentido.
As rugas do idoso são bonitas porque foram sulcadas pelo sorriso; as rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.
Em suma, o idoso e o velho podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idades diferentes no coração.
Que você, idoso, viva uma longa vida, mas nunca fique velho. E você, velho, aprenda a ser idoso...
(Autor desconhecido)
DECLARAÇÃO DE FRANCISCO LAGRECA
Há o amparo que nasce da hipocrisia e há o que nasce da sinceridade. O primeiro é o fruto podre, caído das almas degeneradas; o segundo é a flor mais pura e mais formosa que todas as flores, e que só viceja no fundo dos corações verdadeiramente humanos. Neste Asylo se encontra o amparo que nasce da sinceridade. É um templo de infinito zelo e de infinita consolação, diante de cujos umbrais o meu pensamento se ajoelha reverente, e faz votos para que se prolonguem pela vida destes pobres asilados, a bondade, o carinho, as raras e imensas virtudes do seu fundador.
Francisco Lagreca
Piracicaba, 4 de abril de 1907.
Francisco Lagreca
Piracicaba, 4 de abril de 1907.
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