sábado, 4 de abril de 2009

MANOEL MARTHO

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http://www.youtube.com/watch?v=HGcprf8l_ec


MANOEL MARTHO

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Piracicaba é uma cidade quase que milagrosa.

Milagrosa no sentido de ter sido chamada de Ateneu paulista nas primeiras décadas do século XX: seu nível de ensino era um dos melhores.

Milagrosa por ser local escolhido como residência do primeiro presidente civil do Brasil.

Milagrosa por ter existido pessoa como Luis de Queiróz, quinto filho do Barão de Limeira e neto do Marquês de Valença.

Herdando as propriedades do pai, escolheu esta cidade para instalar seus negócios. Assim foi criada uma fábrica de tecidos, e Piracicaba já em 1893 possuía energia elétrica graças a este gênio empreendedor.


E seguramente o maior legado que deixou, não apenas para esta cidade, mas inclusive elemento de orgulho para todo o Brasil, foi lançar as raízes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, referência mundial em ensino e pesquisa.

Milagrosa por ter vivido um também aqui Estevam Ribeiro de Sousa Rezende, o Barão de Rezende. Os frutos de seu trabalho renderam a Piracicaba o Engenho Central, o desenvolvimento do transporte fluvial, o Teatro Santo Estevam, o ramal da Estrada de Ferro Ituana, a ponte sobre o Rio Piracicaba.

A ingerência de sua filha ocasionou a construção do Sanatório São Luiz (para tuberculosos), da Igreja Imaculada Conceição, na Vila Rezende e também estímulo no Instituto Baronesa de Rezende.

Poderíamos continuar a relacionar um infindo rol de nomes benfeitores da antiga “Villa da Constituição”. Mas nosso interesse no momento fundeia-se nos talentos artísticos que aqui nasceram, palmilharam estas ruas e deixaram suas marcas indeléveis, marcando a memória de diversas gerações.

Para iniciar esta série de personalidades, escolhemos nada mais nada menos que um pintor. Seu nome é Manoel Martho. A preferência à sua pessoa é porque ainda está entre nós. Prestar homenagem póstuma a quem quer que seja não é concludente em nossa visão. O importante é a pessoa receber os lauréis que tenha direito pelo seu desempenho, dedicação e fibra para atingir o almejado, e não seus familiares.

Optamos por Martho porque era a criança pobre, de família também nas mesmas condições. Com seus desejos e sonhos, lutava no seu dia a dia para levar alguns vinténs para casa e auxiliar na manutenção da mesma. Explorar sua jornada infanto-juvenil nos traz à mente as “Aventuras de Tom Sawyer” de Mark Twain, evocando as mirabolantes peripécias deste personagem.

Optamos por sua pessoa, pois, enfrentando todas as adversidades de uma vida atribulada, nunca deixou seu sonho morrer.


Ainda mais, nossa opção foi baseada na coragem e singeleza que teve dissecar de forma crua a nua sua luta pessoal e familiar voltadas para a subsistência. E em nenhuma ocasião de sua narrativa vemos ocorrer sequer uma palavra que possa ser encarada como queixa ou revolta de sua situação menos privilegiada que ele e sua família estiveram submetidos.

Martho formou-se professor e em 1952 assumiu a cadeira na cidade de Nova Granada, noroeste paulista. Foi onde conheceu Lourdes Vicente Santana com quem viria a casar-se um ano depois. Em 1961 fixou residência em São José do Rio Preto, onde vive até os dias atuais.
Em seu livro intitulado “Auto-retrato” (Editora Degáspari 2008 Piracicaba) podemos mergulhar neste mundo quase onírico e nos deleitar com a história de um homem que fez de seus sonhos infantis seu motivo existencial, e trilhando pelos mais diversos caminhos, com o apoio de pessoas como Prof. Leandro Guerrini e sua esposa, Eugênio Nardim, Frei Paulo, a Família Dutra e muitas outras pessoas, atingiu o ponto desejado.

Com suas cores intensas e vibrantes, retratou o mundo em que viveu e vive, ocupando seu lugar no espaço e na história. É uma mensagem de otimismo e uma lição de vida.

Por isto e tudo mais, nada mais justo que falar: é um homem que veio e venceu.


Quadros

Ressureição de Lázaro
Sermão da Montanha
Nhô Efigênio
"Casa do Povoador" de Piracicaba
P.S.
Manoel Martho faleceu em 14 de janeiro de 2011 às 17 horas, tendo sido sepultado na cidade de São José do Rio Preto, no cemitério São João Batista, às 15 hs.




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