Fabiano, irmão de Lázaro Lozano, era espanhol, nascido em 1865, professor de música, compositor, poeta e maestro. Em 1913 Fabiano fundou a “Orchestra do Theatro Cinema de Piracicaba”, que já estava estruturada em Piracicaba e era conhecida como “Orchestra de Fabiano Lozano” ou “Orchestra Lozano”. Dela participavam elementos como Erotides de Campos, Belmácio de Pousa Godinho, Benedito Dutra Teixeira.
A primeira apresentação pública deu-se na Universidade Popular de Piracicaba no dia 12 de outubro de 1914, onde atualmente está a sede central do C.C.R. Cristóvão Colombo, na Rua Governador Pedro de Toledo com a Rua Prudente de Moraes. Não devemos confundir com a antiga sede alugada do Cristovão Colombo, que era na esquina da Rua Governador com a Rua São José, em prédio de propriedade do Dr. João José Correia. Lembro-me do fato pois quando criança, cheguei a assistir neste espaço diversos tipos de apresentações, entre elas de ballet. E neste local também foi sede do referido clube.
Identificados, da E para D: 3⁰- Erotides de Campos 4⁰- Fabiano Lozano
Melita e CarlosBrasiliense
Em 25 de maio de 1925 foi fundada também por Fabiano Losano a Sociedade de Cultura Artística.
Em 6 de junho de 1929 músicos de Piracicaba preconisam a criação da Orquestra Sinfônica de Piracicaba. Mas a idéia não criou raízes. Foi então denominada de Orquestra Piracicabana, que se filia à Sociedade de Cultura Artística.
Fazem parte desta orquestra, Regina do Lozano, musicistas como os Dutra, Leontino Ferreira de Albulquerque, e Eduardo Salgado.
Ainda em 15 de outubro de 1929 a Orchestra Piracicabana e o Orpheon Piracicabano apresentavam-se no Teatro Santo Estevão.
Em 1946 a orquestra é reorganizada pela Cultura Artística, tornando-se autônoma por solicitação do Sr. Jaime Rocha de Almeida.
Já ostentando o novo nome de Orquestra Piracicabana de Amadores, passa ser regida pelo maestro belga Edgard Von den Branden, que muda-se para Campinas algum tempo depois.
Orquestra Piracicabana de Amadores 1958 regente: Benedito Dutra Teixeira
Na década de 50, Dutra reassume a regência. Foi período de intensa atividade musical. Em 6 de janeiro de 1958 surge a Orquestra Rizzi, sob regências do Maestro Germano Benencase. Residia em Americana e era professor no Colégio Piracicabano.
Maestro Benencase
Em 1962, com o falecimento de Benedito Dutra Teixeira, a Orquestra Rizzi realiza conserto em na Società Italiana di Mútuo Soccorso em homenagem a este grande maestro. Tamém na mesma época, a Orquestra Rizzi e Piracicabana de Amadores começam a se fundir. A união oficial somente daria-se em 1965, quando adotaram o nome de Orquestrade Amadores Benedito Dutra Teixeira, sob a direção de seu filho Rossini Rolim Dutra e Egildo Pereira Rizzi.
Esta Orquestra participou, em 1967, das festividades do 2º centenário da cidade apresentando-se sob a regência de Rossini.
Egildo Rizzi
Rossini Rolim Dutra
Após este período, o interesse pela Orquestra permanece, de maneira efetiva, sob a liderança dos irmãos Rizzi – Reginaldo, Rodolfo e Egildo – aos quais se soma Hélio Manfrinato, no início dos anos 90, consolidando-se o movimento pela sua ampliação. Assim, em 1991, inicia-se nova fase na vida da Orquestra, que chega a 50 músicos e realiza vários concertos. A partir de então, Hélio Manfrinato passa a ser o regente titular. Em 1994, finalmente, o sonho dos anos 20 se concretiza e surge a Orquestra Sinfônica de Piracicaba, sob a direção de Hélio Manfrinato, Olênio Veiga e Egildo Pereira Rizzi.
A Orquestra de Piracicaba – chamêmo-la assim, em uma síntese de suas diversas denominações e na caracterização de sua existência como um patrimônio da cidade – tem mais de um século de existência, marcados por vicissitudes e êxitos, em que não faltou a dedicação de seus músicos, entre eles Olênio Veiga, que dela participou de 1928 a 1997, e de professores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, como Eduardo Augusto Salgado, Alcides Guidetti Zagatto e Jaime Rocha de Almeida – para só mencionar os falecidos – assinalando o vínculo indelével dos agrônomos com a cultura piracicabana.
Chega a Orquestra aos dias atuais (sob a regência de Egildo Pereira Rizzi, a partir de 15 de outubro de 1997) norteada pelos fundamentos que lhe são próprios desde o início, tendo promovido, nos últimos anos, espetáculos magníficos destinados à divulgação da música erudita, ao resgate da obra de autores nacionais e à valorização da cultura popular, de que foram exemplos, a partir de 1996, o Concerto da Cidade de Piracicaba e os espetáculos Alvorada de Lírios (comemorativo do centenário de nascimento de Erotides de Campos), Lendas do Brasil (comemorativo dos 500 anos do descobrimento do Brasil e do centenário da Orquestra) e Terra da Viola, em que se uniram, pela primeira vez, a espontaneidade da música caipira e a elaboração técnica da música sinfônica. Hélio Manfrinatto
FABIANO LOZANO
E, de volta ao Brasil, passou a dedicar-se ao ensino como professor primário, a partir de Piracicaba. Não se tratava, entretanto, de um artista comum. Em torno de si, Fabiano Lozano, como professor do Colégio Piracicabano, reunia jovens , intelectuais. Muitos são os relatos dos saraus que promovia, numa atmosfera onde a música era ponto central. Com esse perfil, não foi difícil que uma de suas alunas por ele se apaixonasse: trava-se da filha de uma família de imigrantes norte-americanos de Santa Bárbara D'Oeste. E, ao casar-se com Dora Pyles, o músico espanhol também quebrava outro tabu: tratava-se do primeiro casamento na colônia dos americanos com alguém que não fosse do próprio grupo.
Quando, em 1914, a Escola Complementar transformou-se em Escola Normal, Fabiano assumiu a cadeira de música e iniciou o Orfeão Normalista, apontado por muitos como o primeiro esforço de movimento coral articulado em uma escola. E sua trajetória foi cada vez mais rápida e ascendente: fundou em 1915 a Orquestra Lozano e, no Colégio Piracicabano, passou a oferecer um curso de piano em dez etapas.
Lozano também foi o criador do Orfeão Piracicabano (Na foto, à frente do Orfeão Piracicabano, o primeiro do Brasil), para aproveitar vozes privilegiadas que ele encontrara na cidade. Queria, ele, um grupo mais estável que o Orfeão Normalista, cuja mudança de componentes era freqüente, em função do rápido período escolar de seus cantores.
Mas, para Piracicaba, o fato mais significativo daquele espanhol que encantava a todos foi sua responsabilidade na criação da Sociedade da Cultura Artística. Foi em sua casa, em 25 de maio de 1925, que uma reunião preparatória deu início ao movimento. Seu primeiro presidente foi Antonio dos Santos Veiga e, a partir de então, concertos se sucederam em Piracicaba, transformando a cidade do interior em ponto convergente de grandes artistas do país, como Magdalena Tagliaferro - que em 1951 tocou justamente em homenagem a Fabiano Lozano - Guiomar Novaes, Bidu Sayão, Camargo Guarnieri, Anna Stella Schic, Iara Bernete.
Os três primeiros concertos tiveram, entretanto, a presença de Fabiano Lozano: todos foram dados pelo Orfeão Piracicabano a quem Mário de Andrade, em 1928, assim se referiu: " é o primeiro coro artístico do Brasil. Não é o primeiro em data, mas o primeiro em valor. O Prof. Lozano é animador admirável dessa moçada piracicabana. A ele cabe o mérito indelével dos primeiros prazeres corais que o Brasil pode criar". Muitos foram os jornais da época que registraram a ovação dedicada ao grupo, quando de sua apresentação no Teatro Municipal de São Paulo, o que pode incrementar ainda mais a luta desenvolvida por seu maestro em favor do canto orfeônico em todo o país.
Tornando-se cada vez mais conhecido por suas composições e arranjos, Lozano respondeu pela chefia do Serviço de Música e Canto Coral do Departamento do Estado de São Paulo. E foi mais além: convidado, transferiu-se para Pernambuco, onde orientou o ensino de música e canto coral nas escolas públicas de todo o Estado. Só foi aposentar-se depois de 45 anos de atividades junto ao magistério paulista, depois de ter formado também o Orfeão do Professorado Paulista . Deixou muitas obras, inclusive dirigidas ao ensino da música no ensino básico e médio, assim como várias publicações específicas para canto orfeônico, sempre priorizando a educação musical das crianças.
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, outra debutante do início do século XX em Piracicaba também não deixou de contribuir para o movimento musical. Pelas suas fileiras passaram os seguintes agrônomos, a quem temos de agradecer a colaboração de terem, além de profissionais da terra, terem abraçado seus sonoros instrumentos. Entre o período de 1906 a 1995 estes foram as pessoas que atuaram: Alberto Seccarelli, Alcides Guidetti Zagatto, Antonio Cobra Neto, Eduardo Augusto Salgado, Evandro Almeida, Franz Filipe Cury Usberti, Frederico Zink, Hélio Almeida Manfrinato, Jaime Rocha de Almeida, José Alfredo Usberti Filho, José Vizioli, Justo Moretti Filho, Mário Romanelli, Osires Tolaine, Roberto Usberti, Ronald Castellari, Vinicius Cotrim do Nascimento e Warwick Manfrinatto.
1992
Coral Luiz de Queiróz
É composto de aproximadamente 45 pessoas, entre alunos de graduação, pós graduação, professores, funcionários do campus e dependentes, além de algumas pessoas da comunidade piracicabana.
Regência de Nelson Norberto de Sousa Vieira Sobrinho
Formado pela Faculdade de Música da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Fez o curso clássico de piano no Conservatório Musical de Campinas e aperfeiçoamento com o pianista Eduardo Martins em São Paulo.
Foi aluno de Liana Amarante, com quem educou a voz.
É barítono e fez o curso de canto lírico também no Conservatório Musical de Campinas.
Está há 3 anos trabalhando como Regente do Coral Luiz de Queiróz.
Orquestra Piracicabana de Amadores
Recém criada Orquestra, com aproximadamente 25 músicos, muitos de renome da cidade ex-integrantes da Orquestra Fabiano Losano (década de 30), Orquestra Piracicabana (década de 60) e Orquestra Rizzi (década de 50), mesclada com jovens músicos.
Hélio de Almeida Manfrinato foi aluno de violino do maestro Germano Benencase até 1941.
Participou da Orquestra Piracicabana, como 2 violino, sob regência do maestreo Benedito Dutra.
Com a vinda do maestro van Den Branden a Piracicaba, e a seu convite, passou à viola da mesma orquestra.
Com o mesmo instgrumento colaborou com na sinfônica da Escola de Música de Piracicaba, sob a regência do maestro Ernest Mahale.
Foi regente do Coal Willian Koger da Igreja Metodista de Piracicaba por mais de 30 anos.
Participou em 1980, juntamente com Zilmar Marcos e João Barbosa Duarte, na formação do Coral Luiz de Queiróz, sendo seu regente até 1983.
Atualmente é regente da Orquestra Piracicabana de Amadores.
Os mais sinceros agradecimentos ao
Maestro Egildo Pereira Rizzi
Eng. Agron. José Carlos de Moura
Orquestra Sinfônica de Piracicaba
Bibliografia:
Revista da Cultura Artística
Folders cedidos por Rodolfo Renzi
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